Pobreza – fenômeno social que possui diferentes abordagens históricas, mas que para nossa análise, estamos amparados no conceito apresentado por Crespo e Gurovitz, 2002,“A pobreza é definida, geralmente, como a falta do que é necessário para o bem-estar material – especialmente alimentos, moradia, terra e outros ativos. Em outras palavras, a pobreza é a falta de recursos múltiplos que leva à fome e à privação física.”
A desigualdade social submete a população mundial a condições desumanas, limitando ou impedindo as pessoas a acessarem os requisitos mínimos para a qualidade de vida. Expressa nos âmbitos, sociais, econômicos e políticos, sendo que as três se articulam entre si, não acontecem separadamente, a desigualdade potencializa a insegurança alimentar, comprometendo a saúde e o processo de aprendizagem das crianças, aprofundando situações precárias e perpetuando a pobreza.
Ao abordarmos desigualdade, nossa análise parte do pressuposto que, resgatando a verticalização da pobreza, sabemos que famílias que estão na base da pirâmide e vivenciam pobreza, possuem maior probabilidade de ter filhos pobres e famílias ricas, consequentemente filhos ricos.
Mas a desigualdade atravessa horizontalmente grupos específicos, grupos identitários que, embora possam compor o grupo de pobres, ainda são submetidos à desigualdade advindos de gênero, raça, orientação sexual, religião, deficiências, intensificando a ocorrência do fenômeno.
Portanto, o combate e o enfrentamento à pobreza e a luta por sua erradicação, coloca novamente no debate o quanto políticas de ações afirmativas são urgentes e ainda caminha a passos lentos.
Para a ONU – Organização das Nações Unidas, erradicar a pobreza é o primeiro dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável em atenção e cumprimento à Agenda 2030.
O IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, através da ODS Brasil, revela os indicadores de desigualdade no país, sendo o Nordeste a região com maior concentração de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza, seguido da região Norte, conforme gráfico demonstrativo:
https://odsbrasil.gov.br/objetivo1/indicador111. Acesso em: 15/10/2024
O Brasil coaduna desta ação da ONU, todavia as ações de combate precisam ser intensificadas, tendo em vista a permanência da pobreza entre as pessoas.
Não muito distante de nós, uma caminhada pela rua dos grandes centros é já deparamos com pessoas vivendo com a realidade da fome, com a ausência de moradia, crianças em situação de rua, pessoas recorrendo ao lixo para se alimentarem, realidade pesada e distante de ser extinta.
A pobreza segue presente em tempos de crise do capital, direitos sociais pífios, burocratização do acesso aos programas de transferência de renda, desemprego e tantas outras expressões, corroboram para a cumulação capitalista e o aprofundamento da exploração.
Combater todas as formas de expressão da pobreza é pauta de defesa dos trabalhadores do SUAS, que tem, enquanto projeto político, promover a proteção social da população usuária.
Parafraseando o CFESS – Conselho Federal de Serviço Social: “O CFESS reafirma o compromisso do Serviço Social brasileiro em defesa de uma renda básica universal, como política pública de Estado, pautada nas necessidades sociais de trabalhadores e trabalhadoras, reconhecida como um direito social livre de condicionalidades e potencializadora do acesso às outras políticas sociais, a exemplo de saúde e educação.” CFESS,2023.
E é a você que estendemos o convite e o compromisso de ocuparmos os espaços deliberativos e juntos, combatermos a pobreza e suas expressões.
Luciane Dias
Assistente Social
Referências Bibliográficas:
https://www.cfess.org.br/visualizar/noticia/cod/1995
https://www.scielo.br/j/raeel/a/LVPkw9yHZfJ9kvjC8VSgTsh/?format=pdf&lang=pt
Respostas de 3
Socialização da riqueza produzida pela classe trabalhadora! E viva MARKS!!!
É dessa forma camarada, é urgente. Classe trabalhadora, uni-vos!
A abordagem da pobreza como um fenômeno multidimensional e a defesa de uma renda básica universal reforçam a importância do SUAS na garantia de proteção social. O convite à mobilização coletiva é fundamental para avançarmos na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.