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Setembro Amarelo – Mês de Prevenção ao Suicídio

Mês de prevenção ao suicídio, mês de refletir sobre a situação de saúde mental brasileira e mundial.

Dia 10 de setembro é a data de reflexão em âmbito mundial, sendo instituída bandeira de luta no Brasil no ano de 2014 pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), conclamando toda a sociedade a integrar essa campanha que conscientiza e fomenta informações relacionadas à prevenção ao suicídio, rompendo com o silêncio que envolve este fenômeno e potencializa a busca por auxílio.

O suicídio é uma das principais causas de mortalidade no Brasil e no mundo e conhecer os fatores de riscos e sinais de alerta pode auxiliar na prevenção.

De acordo com a ABP, 2024, os possíveis sinais são: “Transtornos mentais, histórico pessoal, ideação suicida, fatores estressores crônicos e recentes, organizar detalhes e fazer despedidas, meios acessíveis para suicidar-se, impulsividade, eventos adversos na infância e adolescência, motivos aparentes ou ocultos, presença de outras doenças” Folheto – Fatores de risco e sinais de alerta.

De acordo com o sociólogo Emile Durkheim, sinalizou ainda no século XIX, que o conceito de laço social que possuímos atualmente é muito útil no combate e enfrentamento ao suicídio. Quanto maiores os laços sociais em uma determinada comunidade, menores são as incidências de mortalidade por suicídio. Sendo este conceito da sociologia, em análise individual, demonstra que quanto menos uma pessoa possui vivências sociais, aumenta-se o risco e as taxas de suicídio.

Este fato nos remete a pensar a política de assistência social e sua importância na oferta da segurança de convívio para a população, bem como a articulação intersetorial no enfrentamento a este fenômeno que, por vezes, pensamos ser de responsabilidade somente da política de saúde.

Mas vamos refletir quais elementos são essenciais quando falamos de saúde mental?

De acordo com o Ministério da Saúde, “a saúde mental não se limita apenas ao que sentimos individualmente. Ela é uma rede de fatores relacionados. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Saúde Mental pode ser considerada um estado de bem-estar vivido pelo indivíduo, que possibilita o desenvolvimento de suas habilidades pessoais para responder aos desafios da vida e contribuir com a comunidade.”

E como falar em bem-estar, habilidades pessoais para enfrentar os desafios da vida se temos um Estado que não subsidia condições mínimas para sobrevivência?

Falar em saúde mental é falar em garantia de alimentação digna, acesso à moradia, lazer e cultura, saúde pública de qualidade, emprego, renda e jornada de trabalho adequada, educação pública e laica, políticas ambientais, garantia da vida humana antes do lucro, etc.

Não dá para dialogar sobre saúde mental de forma isolada, afinal saúde mental se constrói no ambiente, através da interação de fatores e características biopsicossociais.

E não vamos retroceder! A saúde mental no Brasil está pautada no princípio da desinstitucionalização, na liberdade e nos cuidados e na defesa dos direitos humanos.

Mês de conscientização sobre o suicídio envolve a defesa e o fortalecimento do SUS, das políticas públicas, o reconhecimento da importância das RAPS – Rede de Atenção Psicossociais e, sobretudo, não aceitar sob hipótese alguma o preconceito contra as pessoas em sofrimento psíquico. Rejeite toda forma de discriminação, preconceito e opressão.

Acolha, respeite o relato, oferte uma escuta qualificada e afiance acesso aos serviços de saúde.

E lembre-se:

SE PRECISAR, PEÇA AJUDA!

Luciane Dias
Assistente Social

Referências Bibliográficas:

https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Relatorio15_anos_Caracas.pdf

https://www.flip3d.com.br/web/pub/cfm/index9/?numero=14#page/20

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4 respostas

  1. Bom dia, precisamos fazer algo mesmo, pessoas assim, sem ninguém ou sem ajuda de alguém, tendem a sofrer essa vontade de suicídio. Esse blog pode ajudar muitas pessoas nessa condição.

  2. Maravilhoso poder compreender a política de assistência como uma das políticas que pode promover vínculos e fortalecimentos dos já existentes, garantindo a dignidade humana.

  3. É importante que todos os serviços públicos dialoguem entre si para que tenhamos uma rede que foque em prevenir os casos que levam ao suicídio.

    Como foi bem descrito no texto: “Não dá para dialogar sobre saúde mental de forma isolada, afinal saúde mental se constrói no ambiente, através da interação de fatores e características biopsicossociais”.

  4. Adoro esse blog!
    Estou sempre acompanhando.
    Acredito que a melhor forma de se evitar um suicídio é através de diálogos e discussões que abordem o transtorno, levar o conhecimento às famílias e pessoas mais próximas para dar suporte no enfrentamento em momentos mais difíceis acolhendo com empatia e trazendo a pessoa para mais perto, sempre com o acompanhamento dos profissionais da saúde.

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