Celebrar o dia da e do assistente social é estar em resistência por um projeto de sociedade justo e igualitário.
A data remete ao 15 de maio de 1962 quando a profissão foi regulamentada através de um decreto, sendo substituído pela Lei nº 8662/1993, mas a data de 15 de maio foi mantida.
Mais importante que pensar a história da profissão é lembrar o serviço social na história do país e o quanto esta profissão incidiu nas lutas pelas conquistas de direitos da classe trabalhadora.
A análise do quanto o neoliberalismo avança e o quanto o conservadorismo vem se fortalecendo, fomenta no bojo da categoria que nossas lutas precisam seguir.
A profissão de serviço social tem consolidado em seu projeto ético-político a defesa da liberdade e da emancipação humana, e a data é de reflexão, pensar esta liberdade e como ela se efetiva.
Os crescentes ataques às políticas públicas, a perda dos poucos direitos conquistados até aqui, o aumento do racismo, do machismo, do capacitismo, da violência, do fechamento de postos de trabalho, do desmonte educacional e afronta às bases curriculares, como a fatídica ideia do governo do estado de São Paulo em usar o ChatGPT na elaboração dos conteúdos das aulas, enfim… as frente de lutas são agigantadas nesta conjuntura.
Há motivos sim para comemorarmos o dia da e do assistente social, pois reconhecemos o quanto esta profissão é necessária ao Brasil e a melhor maneira de o fazermos é denunciando que, enquanto profissionais, inseridos na divisão sociotécnica do trabalho não vamos nos calar, não podemos aceitar os ataques à classe que tudo produz e a ela tudo é negado.
O mote do conjunto CFESS/CRESS deste ano é “Nossa Liberdade é Anticapacitista”, o tema reforça a urgente luta contra o preconceito a todas as formas de segregação.
“O tema vai ao encontro de uma série de debates e ações que as entidades representativas da profissão vêm promovendo nos últimos anos junto a assistentes sociais, não só para falar sobre o trabalho e a defesa dos direitos das pessoas com deficiência, mas também para enfrentar o preconceito contra essa população (chamado de capacitismo) e para buscar garantir acessibilidade para todas essas pessoas, inclusive assistentes sociais com deficiência” (CFESS, 2024).
Neste sistema que declara padrões, nós vamos fazer contenção, vamos entender como mais este preconceito se expressa no cotidiano e combatê-lo.
Não comemore comigo se você não luta comigo, confrontar o neofascismo cotidiano é uma decisão cara para cada profissional, ser assistente social, reconhecer-se enquanto classe trabalhadora, nos imputa diariamente a defesa de um projeto profissional que combate o conservadorismo e ações reacionárias, e defende um outro projeto de transformação da sociedade, tendo como valor central, a liberdade.
Sim, Viva a/o Assistente Social que defende os princípios profissionais, e que todas as pessoas sejam verdadeiramente livres de todas as formas de “…dominação/exploração de classe, etnia e gênero”. (NETTO, 1999, p. 104‐5).
Luciane Dias
Assistente Social
Referências Bibliográficas:
ABEPSS, (Org). Disponível em: https://www.abepss.org.br/arquivos/anexos/teixeira-joaquina-barata_-braz-marcelo-201608060407431902860.pdf
CFESS. Dia da/o Assistente Social 2024. Disponível em: https://www.cfess.org.br/visualizar/menu/local/dia-doa-assistente-social
Respostas de 2
Texto brilhante de uma assistente social igualmente brilhante…
Parabéns ao SUAS Fácil pelo trabalho desenvolvido na Política de Assistência Social!!!
Que honra encontrar companheiros que nos fortalecem na jornada, sigamos, reivindicando políticas eficientes e na luta pela profissão consolidada e na defesa ético-política.