Iniciada no ano de 2014 a campanha janeiro branco foi pensada pelo psicólogo Leonado Abrahão com o propósito de conscientizar a sociedade, refletindo sobre a importância da saúde mental e qualidade de vida.
Como no início do ano temos como hábito refletir sobre as histórias de nossa vida, relacionamentos, emoções, construir projetos, enfim; abordar o assunto sobre saúde já no começo do ano, coloca como prioridade em projetos, sobretudo em saúde mental.
A campanha foi inspirada nas campanhas Outubro Rosa e Novembro Azul, o mês de janeiro foi pensado para colocar na pauta das discussões sobre planos de autocuidado com a saúde.
Sem um conceito definido, a Organização Mundial da Saúde – OMS relaciona saúde mental com a “forma como uma pessoa reage às exigências, desafios e mudanças da vida e ao modo como harmoniza suas ideias e emoções. Diariamente, vivenciamos uma série de emoções, boas ou ruins, mas que fazem parte da vida, tais como: alegria, tristeza, raiva, felicidade, frustração”, etc.
A maneira como lidamos com estas emoções é o que determina como está nossa saúde mental.
Demarcamos, sobretudo, que fatores sociais como condições de trabalho e ausência dele, ruptura de vínculos familiares e comunitários, vivências de situações exaustivas, preconceito, violências, violações de direitos, insegurança alimentar, de renda, e tantas outras expressões, corroboram para o adoecimento da população, causando prejuízo da saúde mental.
Estratégias de enfrentamento perpassam a exigência de políticas públicas efetivas, bem como ações de resistência a todas as formas de preconceito das pessoas que estejam atravessando sofrimento emocional.
No cotidiano das relações sociais acolhimento humanizado, escuta qualificada e conhecimento de rede potencializa acesso e promove emancipação.
Para os profissionais do SUAS entender a questão social que envolve a saúde mental da sociedade permite articulação intersetorial com a RAPS – Rede de Atenção Psicossocial de seu município.
Promover ações com as demais políticas públicas corresponsável pela garantia da proteção social, tais como de inclusão produtiva, de convívio, de segurança alimentar e afins estão na pauta do SUAS. Reforçar atividades coletivas denuncia que não cabe preconceito para pessoas com sofrimento mental, e discutir que todas as pessoas estão sujeitas a passarem por situações de adoecimento, considerando que a saúde mental pode se esvair em decorrência de questões advindas do sistema de reprodução capitalista, entendendo que a sociedade é múltipla e cada pessoa tem sua forma de ser, sua construção social e cultural.
A campanha do Janeiro Branco de 2025 está com o seguinte tema: “O que fazer pela Saúde Mental agora e sempre?” O tema nos convoca a pensar ações de fato efetivas, ressaltando que saúde física e saúde mental são indissociáveis.
Então, como uma folha em branco, a campanha coloca em evidência e prioridade da defesa pela saúde e evidencia o fortalecimento de políticas públicas consolidadas.
Mais que uma campanha, o janeiro branco é um movimento de resistência, pelo direito de existir com saúde.
Luciane Dias
Assistente Social
Referências Bibliográficas:
Respostas de 2
A proposta de estratégias de enfrentamento por meio de políticas públicas efetivas é essencial e demonstra a urgência de um trabalho intersetorial que una diferentes áreas para garantir o suporte necessário às pessoas em sofrimento emocional.
Perfeita sinalização Simone, a intersetorialidade é fundamento relevante na melhoria da qualidade de vida da população, sobretudo por reconhecermos a incompletude institucional. Grata por sua contribuição aqui e nas políticas públicas, seu trabalho faz diferença na vida da população usuária e dos profissionais ao seu redor.